* Ana Luísa Domingues
O período de transição da vida escolar para o mercado de trabalho é desafiador e, muitas vezes, marcado por expectativas, incertezas e cobranças que impactam diretamente a saúde mental e influenciam sua adaptação profissional.
Durante o processo formativo, o jovem lida com pressões relacionadas ao desempenho escolar, escolha de carreira, comparações com os colegas e exigências do ambiente familiar. Esses fatores podem gerar um acúmulo de estresse que desencadeia quadros de ansiedade, depressão e até mesmo Burnout.
Quando estas fragilidades acontecem concomitantemente com o ingresso do jovem no mercado de trabalho, a adaptação tende a ser difícil, resultando em baixa produtividade, dificuldades de relacionamento interpessoal e o mais comum atualmente, o abandono precoce do emprego.
Neste sentido, o ambiente de trabalho pode ser um agravante para saúde mental. A falta de preparo das empresas para acolher jovens profissionais, aliada às cobranças por resultados imediatos, jornadas excessivas e instabilidade, são contribuições que intensificam o sofrimento psíquico.
Ao abordar o tema da Saúde Mental durante o FALA AÍ, podcast idealizado pelo CIEE/MG, a psicóloga e diretora-financeira da instituição, Patrícia Alvarenga, explicou que o córtex pré-frontal do ser humano, o local das tomadas de decisões se forma completamente apenas aos 24 anos, e por muitas vezes os jovens e estudantes são forçados a decidirem sobre o próprio futuro aos 16/17 anos, trazendo à tona diversas dúvidas sobre o futuro profissional.
Para uma adaptação saudável ao mercado e principalmente a escolha da carreira profissional, é fundamental que haja diálogo entre as instituições de ensino, empresas e os próprios jovens para que se busque entender quais são as habilidades, pontos fortes e a personalidade de cada pessoa e desenvolver para que ali se forme um profissional responsável e saudável.
É neste contexto de vulnerabilidade emocional e desafios profissionais que o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG), desempenha seu papel primordial. Compreendendo que o ingresso no mundo do trabalho envolve mais do que habilidades técnicas, a instituição reconhece a importância do acolhimento emocional e escuta ativa no processo de formação dos jovens profissionais.
Colaboradores, estagiários e aprendizes do CIEE/MG têm acesso à assistência psicológica que presta apoio, orientação e assessoramento aos que estiverem em situação de forte impacto emocional tais como: perdas, luto, acidente, doenças graves, envolvimento com álcool e drogas, assalto, roubo, aposentadoria e envelhecimento.
Ao oferecer um ambiente de orientação e suporte, a instituição fortalece a autoconfiança, a autoestima e o senso de pertencimento – fatores que são essenciais para o bem-estar emocional.
* Estudante de Jornalismo e colaboradora da Secretaria de Comunicação do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG).
